Você tem 10 segundos para dizer: “Ei! Presta atenção no que vou te mostrar e você não vai se arrepender”. Conquistar (ou fisgar) a atenção da audiência nos primeiros segundos de um vídeo institucional ou numa reportagem tem que ser o objetivo de quem quer se comunicar. Sempre foi assim, mas com o tsunami de imagens e informações que temos acesso a cada segundo, a “concorrência” está enorme. Quem bom!
Deixar algo em que sua audiência continua pensando horas ou dias depois… recompensa maior não há.
Quem trabalha com videojornalismo ou storytelling sabe que a “pauta” deve ser muito mais um guia do que um roteiro. O guia te leva ao lugar certo, com perguntas básicas para você iniciar seu trabalho. Quanto mais detalhado esse guia, mais rápido você passa por etapas básicas e ganha tempo para fazer o diferencial, o roteiro. As melhores matérias jornalísticas para televisão e os vídeos com depoimentos reais mais surpreendentes são aqueles com roteiro aberto onde a história vai levando você a construir sua narrativa pelo que você ouve, vê e sente durante as entrevistas.
É neste momento, ainda na captação do material, que você já tem que ir desenhando a partida e a chegada da sua reportagem para televisão ou seu roteiro do vídeo institucional com atenção e sensibilidade. É um exercício de percepção do que está a seu redor e conexão com o seu objetivo, este sim já previamente determinado.
Tem gente que defende que o fim da sua história – independente do tamanho e do assunto que você queira abordar – seja a primeira coisa que você deveria saber antes de começar a escrever ou roteirizar. Acho radical demais. Não precisa saber detalhes específicos, mas tem que saber o que vai acontecer, onde você quer levar quem embarcou com você na viagem e principalmente, que mensagem você quer deixar. Se puder ser algo em que sua audiência continue pensando segundos depois de assistir ao seu vídeo – quem sabe horas ou dias depois ele ainda revisite a lembrança – aí meu amigo, você fez um trabalho que marcou a vida de alguém. Recompensa maior para um comunicador não há.